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Professora da Escola do Futuro de Goiás é premiada na COP30 por projeto de reflorestamento com tecnologia sustentável

Karine Lopes, docente da EFG Raul Brandão, em Mineiros, será reconhecida na COP30 com o Troféu Destaque “Rede Mulher Florestal”, por iniciativa inovadora que une tecnologia e preservação ambiental 

A professora Karine Lopes, da Escola do Futuro de Goiás Raul Brandão, em Mineiros, será uma das homenageadas durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), a partir do dia 10 de novembro. O evento deve reunir mais de 40 mil visitantes, entre autoridades, pesquisadores e representantes de diversos países, consolidando-se como o maior encontro mundial sobre o clima e a sustentabilidade.

Karine será premiada na categoria Troféu Destaque “Rede Mulher Florestal” por seu projeto desenvolvido na startup Nature Cap, que cria cápsulas biodegradáveis para o plantio de florestas com o uso de drones. A proposta, fruto de suas pesquisas de mestrado e doutorado, foi apresentada em um edital promovido pela Embrapa, voltado a soluções tecnológicas para o reflorestamento. “Participei de um edital promovido pela Embrapa voltado a soluções de startups que utilizam tecnologia para reflorestamento e apresentei um projeto desenvolvido em minha startup, fruto de minha pesquisa de mestrado e doutorado. Fico muito feliz por esse reconhecimento, pois é o resultado de anos de estudo e dedicação, e é exatamente esse compromisso com a inovação e a sustentabilidade que procuro transmitir aos meus alunos em sala de aula”, afirma a professora, que ministra as disciplinas de Prática Profissional e Projeto Integrador na EFG.

A conquista de Karine Lopes evidencia o alto nível de formação e inovação presente entre os docentes das Escolas do Futuro de Goiás, que têm se destacado pela integração entre tecnologia, educação e sustentabilidade. Iniciativas como essa mostram como o Governo de Goiás vem formando profissionais capazes de transformar conhecimento científico em soluções reais para o desenvolvimento sustentável do estado e do país.

As Escolas do Futuro de Goiás são unidades de ensino profissionalizante ligadas à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI). Desde 2021 são geridas, por meio de convênio, pela Universidade Federal de Goiás, por meio CETT/UFG.

Lab. EITA leva experiência com tecnologias assistivas para eventos científicos e de gestão pública

Durante os eventos, o público pôde conhecer como projetos em Tecnologia e Inovação auxiliam para o bem-estar social e à um custo baixo. A experiência foi vista por centenas de pessoas em Goiânia e Brasília. 

O Laboratório de Estudos Inventivos em Tecnologias Assistivas (Lab. EITA), da Universidade Federal de Goiás, que conta com o apoio do Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT-UFG), integrou, neste mês de outubro, a programação de eventos voltados à discussão sobre Tecnologia e Inovação. Nos eventos participantes, a equipe pôde compartilhar a experiência e os resultados alcançados em dois anos de projeto no atendimento a pessoas com deficiência e na produção de itens assistivos. 

“Nossa participação nesses dois eventos vem celebrar o sucesso alcançado por esse projeto voltado às crianças, jovens e adultos com deficiência, e que dificilmente teriam acesso facilitado a equipamentos que garantem autonomia e uma qualidade de vida melhor. Em apenas dois anos de trabalho conjunto, nossa equipe contribuiu para o bem-estar social de muitas famílias de Goiânia, do Brasil e até do exterior”, destaca o professor idealizador e coordenador do Lab. EITA, Pedro Goncalves. 

Conecta SGI

O primeiro encontro com o público ocorreu na primeira edição do "Conecta SGI”, realizado no HUB Goiás no dia 15, em Goiânia, evento realizado pela Secretaria de Estado da Administração (Sead) do Governo de Goiás com o objetivo de discutir os processos de inovação dentro da administração pública. De acordo com a gerente de Modernização Institucional e Processos da pasta, Carolina Camilo, o convite ao Lab. EITA é uma proposta de que a equipe administrativa percebesse como a tecnologia pode ser uma importante ferramenta de humanização em uma gestão, contribuindo para os resultados almejados no serviço de atendimento ao público.

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Coordenador do Lab. EITA, Pedro Gonçalves, participa de programação da primeira edição do Conecta SGI, em Goiânia (Foto: Wéber Felix)

“Esse evento surgiu a partir da necessidade da transformação da gestão pública, a partir dos ideários trazidos pela tecnologia e inovação. Ao trazermos o projeto Lab. EITA para o Conecta SGI, buscamos provocar uma reflexão com nossos colaboradores para uma maior abertura às novas ferramentas sem que houvesse a perda do olhar para o público, de forma humanizada. A experiência de atendimento do projeto nos mostrou como podemos conjugar tecnologia e atendimento de qualidade, e a um baixo custo”, argumenta a gerente Carolina Camilo. 

Semana Nacional de Ciência & Tecnologia 

Entre os dias 21 e 26 de outubro, a equipe do Laboratório de Estudos Inventivos em Tecnologias Assistivas da UFG representou o estado na “22ª Semana Nacional de Ciência & Tecnologia”, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo Federal, em Brasília. O evento que reúne, anualmente, instituições de ensino e de pesquisa, além de diversas outras entidades, tem o objetivo de popularizar e democratizar o acesso ao conhecimento sobre ciência e tecnologia. Na edição deste ano, o Lab. EITA foi convidado a integrar a programação da Feira de Ciência e Tecnologia, que compõe o evento nacional. No Pavilhão de Exposições, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília-DF, os visitantes puderam conhecer de perto o projeto e o trabalho executado pela equipe no desenvolvimento de peças assistivas para crianças, adolescentes, adultos, idosos e também para animais com limitações físicas.

Imagem do WhatsApp de 2025 10 30 às 10.27.29 be18a0ff Lab. EITA participa da 22ª Semana de Ciência & Tecnologia, em Brasília-DF (Foto: Divulgação)

O professor da UFG destaca que a participação no evento vai além da prestação de contas, e contribui para que a ação seja ampliada. “Enxergamos que esta participação é uma excelente oportunidade para ampliarmos o nosso projeto e, assim, fazendo com que ele chegue a mais pessoas, nosso propósito maior”, complementa ele. 

Criado em 2024, o Lab.Eita reúne professores e alunos da UFG em um grupo multidisciplinar voltado ao desenvolvimento de soluções que ampliam a autonomia de pessoas com limitações motoras. Entre os resultados já alcançados estão órteses e próteses de membros, andadores adaptados, engrossadores de talheres, adaptadores de chaves e mini-cadeiras de rodas, equipamentos que transformam a rotina de crianças e adultos. 

O projeto, com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo Federal e apoio do Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT-UFG), busca, através do ensino, pesquisa e extensão, estimular a criação de novas tecnologias assistivas acessíveis e de baixo custo, tanto para uso direto de pessoas com deficiência quanto para a demonstração pública de soluções inovadoras no campo da acessibilidade. 

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Lab. EITA conta com apoio do Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT-UFG), que foi representado em Brasília pelo diretor administrativo e financeiro do órgão, Jonathan Clímaco (Foto: Divulgação)

Lab.Eita, em parceria com o CETT, desenvolve curso de capacitação para equipe da Escola do Futuro Luiz Rassi

Além de proporcionar a formação profissional dos participantes, o projeto ainda beneficiou 15 pessoas com equipamentos adaptados às suas demandas 

Estudantes, técnicos laboratoriais e professores da Escola do Futuro de Goiás Luiz Rassi, e profissionais de diversas áreas de Aparecida de Goiânia concluíram, neste mês, uma maratona formativa em Tecnologias Assistivas que foi promovida pelo Laboratório de Estudos Inventivos em Tecnologias Assistivas (Lab.Eita), em parceria com o Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT), órgãos da Universidade Federal de Goiás. A capacitação, que envolveu 28 pessoas, ocorreu ao longo de cinco meses, em oito encontros no Laboratório de Inovação e Prototipagem (IPLAB), na unidade da EFG daquela cidade.

Ao longo do processo, os participantes percorreram uma trilha formativa, em que puderam conhecer e se aprofundar no campo assistivo a partir de aulas sobre conceitos norteadores da área, modelagem tridimensional, escaneamento 3D e fresagem. Além da etapa em sala, todos puderam, ainda, ver de perto a aplicabilidade do conhecimento recém aprendido em oficinas, onde foram produzidos diversos itens adaptativos, que foram doados a famílias com crianças com deficiência. No total, ao fim do curso, 15 pessoas foram contempladas com equipamentos adaptados às necessidades delas.

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Oficina de produção de equipamentos assistivos desenvolvida na EFG Luiz Rassi, em Aparecida de Goiânia (Foto: Divulgação)

“Nesse período, nossos colaboradores, estudantes e comunidade local tiveram a oportunidade de ampliar o conhecimento numa área importante dentro do ramo de inovação e criatividade, que é altamente demandado na atualidade. Com essa formação específica em tecnologia assistiva, os participantes, inclusive o nosso corpo técnico e docente, vão poder contribuir com a sociedade ao desenvolver itens de qualidade e a um baixo custo, ampliando o acesso de famílias vulneráveis a esses equipamentos. O parapódium, por exemplo, é uma peça essencial para o desenvolvimento da postura ortostática, isto é, a de permanecer na posição de pé, e que tem custo a partir 2 mil reais. Por meio desse projeto, conseguimos produzir a peça com custo de 250 reais e entregar para essas famílias de graça”, explica o professor e coordenador de inovação da EFG Luiz Rassi, Vitor Vinícius Cerqueira.

Fernando Aurélio, de 46 anos, profissional em Educação Física e estudante de um dos cursos em tecnologia na unidade de Aparecida de Goiânia, é um dos integrantes da turma que concluiu a formação em tecnologia assistiva. Ele conta que o curso possibilitou a ampliação de seus conhecimentos na área, o que vai contribuir para que ele dê continuidade a essa nova trajetória profissional. “Ao longo das aulas, pude me aprofundar nas técnicas de modelagem, prototipagem, geração de imagens, corte a laser e impressão 3D, além de conhecer um pouco mais da rotina e das demandas das pessoas que possuem algum tipo de deficiência, assim como compreendi como a tecnologia assistiva pode contribuir para uma vida mais digna das pessoas com deficiência”, avalia o estudante, que se impressionou com a estrutura física e laboratorial da Escola do Futuro, inclusive, a qualidade da formação e dos profissionais à frente do ensino.

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Equipe de estudantes do curso de capacitação em Tecnologias Assistivas, com destaque para Fernando Aurélio (à direita) (Foto: Arquivo Pessoal)

A capacitação na Escola do Futuro é uma iniciativa do Lab.Eita, em parceria com o CETT-UFG, a partir de um projeto guarda-chuva com atividades em três frentes que se interligam: o ensino, a pesquisa e a extensão, e que é financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo Federal. O convênio com a rede de ensino de Goiás tem como objetivo a transferência de conhecimento e tecnologia para a ampliação a um maior número de famílias assistidas, como é endossado pelo coordenador do Lab.Eita e coordenador de Inovação e Tecnologia do CETT-UFG, Pedro Henrique Gonçalves.

“Com o financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo Federal na ordem de 420 mil reais, buscamos estimular a criação de novas tecnologias assistivas acessíveis e de baixo custo, tanto para uso direto de pessoas com deficiência quanto para a demonstração pública de soluções inovadoras no campo da acessibilidade. Dessa forma, ao mesmo tempo em que avançamos nos estudos e pesquisas nas tecnologias assistivas, contribuímos com o bem-estar social”, destaca o professor Pedro, que reconhece a importância da transferência de conhecimento para outras instituições para o cumprimento dessa missão, como é o caso das Escolas do Futuro de Goiás, através da capacitação realizada nos últimos cinco meses.

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 Coordenador do Lab.Eita e coordenador de Inovação e Tecnologia do CETT-UFG, Pedro Henrique Gonçalves (Foto: Carlos Siqueira)

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Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia promove noite de encontros entre estudantes e músicos no Teatro Escola Basileu França

Concerto da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás é acompanhado de perto por 30 estudantes do Programa Nart, ligado às Escolas do Futuro de Goiás 

Dezoito horas e nove minutos, o sol se despediu nos céus de Goiânia mais uma vez na sua rotina diária, fazendo com que as luzes da cidade, a partir daquele momento, passassem a cumprir a função delas pelas 12 horas seguintes. Aos poucos, os raios que iluminavam os tijolos em cor cerâmica do Teatro Escola Basileu França, dando a eles um tom de dourado, deram seus últimos respiros por ali, deixando que as peças, que revestem todas as paredes, recuperassem o tom natural, agora, banhadas entre a penumbra que se firmava e as luzes da fachada, com suas 25 letras em branco que demarcam o templo de arte localizado no coração do setor Leste Universitário. 

O acender daquele gigantesco letreiro e os portões já abertos anunciavam, que naquela sexta-feira de agosto, em plena secura típica do inverno do planalto central, o palco tão conhecido dos goianienses receberia novamente mais uma celebração à cultura, acompanhada bem de perto pelo público cativo que sempre ocupa as quase 600 cadeiras vermelhas distribuídas pela plateia inferior, sacadas e piso superior do grandioso teatro escola. No palco, cadeiras e estantes de partituras aguardavam, silenciosamente, o primeiro acorde da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. 

Para muitos seria mais uma noite de emoções já experimentadas antes, em tantas oportunidades passadas. Porém, para outras pessoas, a experiência, provavelmente, era a primeira, marcando a memória delas, e que, por muito tempo, poderá ser lembrada em conversas em rodas de amigos e familiares. Com certeza, é o que irá acontecer, daqui a alguns anos, com a estudante Heloisa Borges, de apenas 13 anos. Com olhos brilhantes, assim como o sol daquele dia que há pouco se despedira, a jovem transbordando alegria e entusiasmo contou como se sentia ao viver esse momento inédito. Para ela, aquela noite não seria apenas um concerto musical, tão comum para aquele espaço, mas, na verdade, o pontapé para a concretização de um dos seus sonhos, o de ser uma grande violinista. 

“É a primeira vez que piso em um teatro, estou muito encantada por poder estar aqui, hoje. Quando soube que viria prestigiar esse concerto, eu fiquei muito animada. É uma emoção indescritível porque eu quero me tornar uma musicista. Desde muito pequena, escuto música todos os dias, sem exceção, junto com meus pais e minha avó. Por conta disso, minha mãe me matriculou em um curso oferecido na minha cidade. Comecei há pouco tempo, e estou me dedicado ao máximo para realizar o meu sonho”, narra Heloísa. A garota, que iniciou recentemente seus estudos, escolheu a viola clássica para ser sua companheira nessa trajetória pelos próximos anos.

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A estudante do Nart de Bela Vista de Goiás, Heloísa Borges (de vestido preto), conta o sonho de se tornar violista (Foto: Wéber Félix)

As palavras só foram interrompidas quando as luzes do Teatro Escola se apagaram e o tom azul que tomava o palco foi substituído, anunciando o desfile dos músicos em direção aos seus lugares, sob uma torrencial salva de palmas. Assim como os artistas, a garota procurou, rapidamente, sua poltrona, ao lado de amigas e amigos que vieram com ela de Bela Vista de Goiás, exclusivamente para aquela apresentação. Acomodados à esquerda do palco, espaço reservado àquela turma formada por estudantes do Núcleo de Promoção e Desenvolvimento Artístico (Narts), 30 jovens aguardavam ansiosamente a primeira nota ser tocada. A agitação e a inquietude eram comuns a todos. Qualquer um que notasse o grupo perceberia a empolgação daqueles estudantes, seja pelos movimentos frenéticos de mãos que eram esfregadas nos apoios das poltronas, seja pelos olhares curiosos que varriam todo o interior do teatro, buscando um ponto para se concentrar diante daquela majestosa construção.

Somente o primeiro acorde tocado naquela noite conseguiu pôr fim a respiração agitada, sendo substituída pela tranquilidade que transparecia nos rostos serenos de cada um daqueles jovens. Diante deles, a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás os convidava a viajar pelas notas antes conhecidas apenas na partitura, e que, por meio dos musicistas, podiam sair do teatro e conhecer outro território, guiados pela música que estava sendo tocada. Para os 30 estudantes, a possibilidade de ver pela primeira vez um concerto em um teatro já era impagável, mas a noite era ainda mais especial porque no palco eles encontraram dois ídolos: o violinista brasileiro Guido Sant'Anna, renomado músico de apenas 20 anos e que faria um solo especial de Brahms, e a violista integrante da OSJG, Brunna Gomes, personalidade e artista que faz parte da vida do grupo.

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Estudantes do Nart de Bela Vista de Goiás acompanham concerto no Teatro Escola Basileu França (Foto: Wéber Félix)

Maria Fernanda Guimarães, de apenas 13 anos, não fez questão de esconder o entusiasmo por estar experenciando aquele momento único. Durante o intervalo do concerto, ela contou como aquela noite a incentivava a continuar os estudos na música, principalmente, ao presenciar a atuação de músicos que ela admira. “Há alguns anos pude assistir a uma apresentação da Sinfônica Jovem em minha cidade.  A beleza da música, a harmonia dos músicos e a intensidade da execução chamaram minha atenção. Naquele momento, tive certeza de que queria ser musicista, a música me despertou um interesse que não sabia que eu tinha, a sensação de pertencer àquele lugar, de querer estar ali com eles tocando”, conta ela. 

“Há três anos me dedico ao estudo do violino, ele mesmo me escolheu naquela apresentação, foi a melhor decisão que tomei para minha vida. E estar aqui hoje, pisando pela primeira vez em um teatro, presenciar de perto o Guido Sant'Anna, ídolo que acompanho, e ver minha professora ali com ele, quem eu admiro tanto e me inspira diariamente, é maravilhoso. Essa noite vai ficar gravada em minha memória. Eu já consigo me imaginar estando, daqui a algum tempo, naquele palco e poder levar minha música assim como o Guido e a Brunna”, complementa Maria Fernanda.

A confissão foi encerrada assim que as luzes do teatro novamente foram apagadas para dar lugar à apresentação de Beethoven e sua Sinfonia nº5. Atentos à nova música e à dança dos instrumentos, os estudantes se contorciam com a vibração que emanava do altar musical e se espalhava pelos corredores da plateia, tomando todo o lugar. Mesmo não ocupando mais o posto de destaque, Guido, sentado ao lado do spalla daquela noite, ainda atraía os olhares do grupo, que percorriam o palco até o encontro com as mãos do artista que conduzia, brilhantemente, o arco sob as cordas de seu violino. Os olhares, contudo, não eram direcionados apenas ao artista que veio da Alemanha para essa apresentação, Brunna Gomes também era buscada por eles. 

A violista, que é o motivo de carinho e admiração dos estudantes, deu os primeiros passos na música de concerto ainda na adolescência, em um projeto social em Anápolis. O encantamento por esse universo a levou até a universidade, onde pôde se profissionalizar e conquistar a tão sonhada vaga no corpo de musicistas da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. Mesmo tendo concretizado os planos da juventude, de se apresentar nos palcos do Brasil e do mundo, a artista, inspirada na própria trajetória, decidiu dar as mãos para outros jovens para que consigam, também, viver a mesma experiência diante do público. 

Ao fim de todos os atos do concerto, ainda com a viola em mãos, Brunna deixou o palco e foi recebida com aplausos calorosos e um abraço coletivo de seus alunos e alunas. A demonstração afetuosa coroou a noite, com uma troca verdadeira de carinhos entre eles. Atualmente, a artista divide seu coração entre as apresentações e o ensino de novos músicos. Tocar ensinando e ensinar tocando faz dela uma violista mais alegre, como contou emocionada, com brilho nos olhos e respiração ofegante. 

“Meu coração encontra-se dividido entre os palcos e a sala de aula. Hoje mesmo, estava pensando sobre isso, muitas pessoas acreditam que é necessário fazer a escolha por um ou por outro, mas não consegui. Essa junção é a realização de todos os meus sonhos, e eu fico até emocionada ao falar sobre isso. E nesta noite, esses dois universos se juntaram, porque na plateia estão muitos dos meus alunos e alunas. Essa experiência é única tanto para eles quanto para mim, deles virem um concerto nesse espaço, mas também de tê-los aqui comigo”, explica Brunna.

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Violinista brasileiro Guido Sant'Anna recebe estudantes do Nart de Bela Vista de Goiás para uma roda de conversa. Guido ao lado do estudante Enzo Araújo, da professora Brunna Gomes e da estudante Maria Fernanda Guimarães (Foto: Wéber Félix)

Entre os estudantes que a recepcionaram, Enzo Araújo se destacou pela alegria de reencontrar a professora após o espetáculo. Ele, que viu a mestra pela primeira vez no palco, conta como Brunna tem contribuído com seu estudo de instrumento de cordas friccionadas, paixão despertada em 2023, pós-período pandêmico. “Durante as aulas, venho sendo incentivado por nossa professora, e a cada aula, tenho me surpreendido com a beleza do violino e sonoridade que soar de suas cordas. Ainda na infância iniciei os estudos no piano enquanto morava nos Estados Unidos, mas ao chegar ao Brasil, me senti tentado a experimentar outro instrumento, e foi no Nart, sob a orientação da professora Brunna, que iniciei uma nova trajetória musical. Tocar violino está sendo desafiador devido à dificuldade que ele apresenta, porém estou achando incrível e vou continuar até dominá-lo por inteiro”, promete, com entusiasmo, o garoto que iniciou o curso neste ano, em Bela Vista de Goiás. 

Pouco a pouco, o palco do Teatro Escola Basileu França voltou a ser tomado por pessoas, dessa vez o espaço que outrora estava repleto de músicos da OSJG, passou a ser ocupado pelos 30 jovens que até então rodeavam a professora na plateia. Convidados por ela, os futuros musicistas puderam encontrar, pela primeira vez, o violinista Guido Sant'Anna, que os recebeu com um belo sorriso no rosto e de braços abertos para uma conversa. Entre perguntas e respostas, entre fotos e vídeos, Guido compartilhou com o grupo parte da sua experiência musical ao redor do mundo, inclusive o início da sua carreira. Cada palavra era ouvida e lida atentamente, o momento único se tornara uma extensão da sala de aula, comandada por Brunna. Acompanhando bem de perto toda a dinâmica, a coordenadora do Programa Narts, Juliana Rodrigues, contou como esse encontro fora possível naquela noite. 

“Nossas crianças e adolescentes de Bela Vista puderam, hoje, vivenciar esse momento que poderá se repetir futuramente, só que com eles do outro lado, de frente para o público. Muitos deles não tiveram, até hoje, a oportunidade de assistir ao vivo um concerto, e muito menos em um teatro como este. Essa viagem musical só foi possível a partir desse projeto que foi criado para incentivá-los a valorizar o aprendizado musical, mas também a música de concerto, além de poderem, ainda, construir referências artísticas que os ajudarão a realizar seus sonhos”, argumenta a coordenadora do Núcleo de Promoção e Desenvolvimento Artístico, ligado às Escolas do Futuro de Goiás, que foi a responsável por implementar o projeto “Vivências Musicais”.

No relógio marcando 23 horas, com os instrumentos acomodados em seus respectivos estojos, plateia e palco vazios, as portas do Teatro Escola foram fechadas. Onde sons e melodias encantadoras circulavam até pouco tempo, agora reina o silêncio com seus múltiplos sentidos adormecidos, à espera do público e de outros artistas para que acordem e voltem a tomar vida novamente, em um novo espetáculo. 

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CETT/UFG entrega certificados do Qualifica Goiás em Cidade Ocidental

A solenidade foi realizada no dia 29 de agosto, no Ginásio Lindolfo Lima, e contou com a presença de autoridades locais e de Goiânia  

O Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT) entregou certificados do programa de educação profissional Qualifica Goiás a 136 jovens de Cidade Ocidental e de Santo Antônio do Descoberto, municípios do entorno do Distrito Federal. A solenidade foi realizada no Ginásio Lindolfo Lima, em Cidade Ocidental, no dia 29 de agosto. Coordenado pelo CETT, órgão vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), o programa é uma extensão do Qualifica Brasil, programa idealizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, do governo federal. Os estudantes se qualificaram nos cursos de Barbeiro, Cuidador de Idoso, Enfermagem no Atendimento, Gastronomia, Manicure e Pedicure, Massoterapia, Maquiagem e Suporte e Manutenção de Computadores. Foram entregues cerca de 200 certificados, já que alguns alunos fizeram mais de um curso.

A primeira-dama Josy Santos e o prefeito Lulinha Viana, de Cidade Ocidental, e o diretor-geral do CETT/UFG, Moisés Cunha, entregam o certificado à aluna Amanda do Nascimento

O diretor-geral do CETT/UFG, professor Moisés Cunha, comenta que foram captadas 1250 vagas para Goiás, que foram distribuídas para algumas cidades do interior do estado, contando com a parceria das prefeituras para a realização das aulas. “É um projeto de muita importância para o estado de Goiás, porque ele traz a oportunidade para a comunidade se qualificar. Os cursos dão a oportunidade de aprendizado para que as pessoas se integrem ao mercado de trabalho de maneira qualificada”, avalia. "Quero agradecer imensamente a parceria com o prefeito Lulinha Viana, parceria que está dando muitos frutos. Parabéns por abraçar a educação e a formação de pessoas! Porque é assim que se transforma a sociedade, é assim que a gente transforma o Brasil. É o CETT trabalhando, entregando para a sociedade a Educação Profissional Tecnológica do Estado de Goiás” complementou, durante seu discurso. 

O ex-reitor da UFG, atualmente vereador por Goiânia, o professor Edward Madureira também participou da solenidade, convidado pela coordenação do Qualifica Goiás em Cidade Ocidental. “O CETT, que foi uma iniciativa ainda do nosso mandato, se consolida como centro de formação para o trabalho. E parcerias com o governo federal são muito importantes. Com o país crescendo, as pessoas precisam se qualificar para se inserir no mercado de trabalho, para gerar renda. Então, esse quantitativo, que engloba mais de 1.200 pessoas em Goiás, tem um papel importantíssimo para a geração de renda e também no desenvolvimento do Estado", considera. 

A coordenadora de cursos do Qualifica Goiás em Cidade Ocidental, Ângela Maria Peixoto Araújo, está habituada com a função de coordenar cursos, já que é coordenadora de cursos que o Colégio Tecnológico de Goiás (Cotec) ministra na cidade, mas, ainda assim, diz que se surpreendeu com o programa Qualifica Goiás. “Para mim, o Qualifica representa uma experiência singular, diferente, porque são cursos mais curtos, e a população de Cidade Ocidental tem demonstrado grande interesse”, relata, acrescentando que muitas pessoas com idade acima do estabelecido pelo programa, que é de 16 a 29 anos, tem manifestado desejo de participar. “É uma maneira rápida, e gratuita, de conseguir se qualificar em um curto espaço de tempo”, atesta. 

A professora de Massoterapia Lanna Manson estava emocionada durante a solenidade. Para ela, o curso de Massoterapia é uma oportunidade de formação de novas profissionais, mas, também, a possibilidade de que mais pessoas possam se cuidar. “Eu vou falar e começo a chorar porque é uma realização, é muito bom saber que contribuí para a formação de novas massoterapeutas”, diz. “A massoterapia é curativa, as mãos são capazes de proporcionar grande bem-estar. É uma técnica terapêutica que promove alívio, equilíbrio e bem-estar físico e emocional, atuando na regeneração de tecidos, alívio de dores, melhora da circulação e redução de tensões. Mas é preciso saber onde e como tocar. Então, eu procuro envolver as alunas em dinâmicas que proporcionem descontração e aprendizado”, declara. 

Se qualificar é a melhor forma de sonhar e realizar 

A estudante de Ensino Médio Ketellem Nathália Teles Vasco cursou Suporte e Manutenção de Computadores, e ela é a prova de que um curso profissional, além de proporcionar conhecimentos práticos, pode despertar também outros interesses: “Por enquanto, vou usar esse conhecimento para auxiliar nos meus estudos, mas pretendo fazer um curso superior nessa área para me aprofundar mais”.

A manicure e pedicure Agatha Rocha recebeu dois certificados, pelo curso no segmento que já atuava e também de Maquiagem. “Os cursos foram maravilhosos, me trouxeram muitas possibilidades de trabalho, conheci novas técnicas, e agora estou aplicando nas minhas amigas e clientes. Fazer maquiagem, além de unha, está sendo um diferencial. Eu tenho 28 anos, sou mãe solo, então, preciso muito de atuar profissionalmente.” 

Mãe do pequeno João, que completa 1 aninho no dia 7 de setembro, Agatha comenta ainda que se sentiu muito acolhida pelas professoras do Qualifica Goiás, porque teve que levar seu bebê às aulas. “Em nenhum momento alguém reclamou, pelo contrário, me ajudaram a cuidar.” Sua satisfação se manifesta no tempo que tem dedicado aos cursos, sendo, neste semestre, aluna dos cursos de Massoterapia e Gastronomia. Durante a solenidade, Agatha foi um dos destaques ao apresentar uma música gospel com sua voz potente. 

Atuante na área da beleza, Kaila Emanuely de Souza Neves fez o curso de Barbeiro e de Suporte e Manutenção de Computadores. “Na área de Informática fiz mesmo só para uso pessoal, porque eu já atuo em barbearia e também atendo em casa. E a minha intenção é montar meu próprio negócio, estou montando aos poucos, mas logo vai estar completo.” 

A estudante de Ensino Médio Jocicleia Moura Pereira cursou Enfermagem no Atendimento a Áreas Hospitalares Específicas, e considera esse o primeiro passo para sua futura profissão de técnica em enfermagem. "Eu gostei muito do curso. Aprendemos o básico, mas é um processo, é preciso começar, e sinto que agora comecei. Acredito que vai facilitar para os cursos que pretendo fazer na área.”

Profissional da beleza, Franciele Rodrigues dos Santos fez o curso de Cuidador de Idosos, e conta que aprendeu muito. “É uma área muito boa e tem mercado, tem sempre pessoas precisando de cuidados. E o que nós aprendemos no curso pode ser usado para cuidar também de crianças e pessoas com deficiência”, ressalta.  

A estudante de Ensino Médio Evelyn Vitória Pereira do Carmo fez os cursos de Massoterapia e Barbeiro, e, agora, está fazendo os cursos de Cabelo e Maquiagem. “Eu aprendi muita coisa no curso de Massoterapia. Tenho feito massagem na minha mãe. Eu quero começar a trabalhar e ter outros serviços como complemento de renda”, planeja. 

A assistente de almoxarifado Amanda Veras de Nascimento fez o curso de Massoterapia, e começou a fazer massagens a domicílio. "Achei uma experiência maravilhosa participar do Qualifica Goiás, uma oportunidade muito importante para nós, jovens.  Tem sido uma renda extra que está me ajudando muito”, frisa. 

Há cerca de um ano Maria Isabella Rodrigues Montalvão começou a atender em casa como manicure e pedicure, e, quando soube do curso ofertado pelo Qualifica Goiás, foi rapidamente se inscrever. “Foi uma experiência muito boa! O curso é ótimo, bem explicativo, e eu ainda conheci pessoas novas. Foi a abertura de um portal para novas técnicas, foi incrível”, se entusiasma.

Auxiliar de cozinha de um restaurante, Lucas Matos Fares fez o curso de Gastronomia e, desde o começo, está aplicando seus conhecimentos no trabalho. “O curso foi ótimo, maravilhoso! Eu adoro cozinhar, e as práticas que aprendi estão tendo muita aprovação, tudo tem ficado ainda mais gostoso”, assegura. 

Kevylla do Nascimento Dutra, certificada no curso de Enfermagem no Atendimento a Áreas Hospitalares Específicas, analisa o processo de aprendizado: “O curso foi muito interessante, mesmo não sendo um curso que traga muito a questão prática, a gente conheceu muito sobre regras, sobre o modo de se comportar no primeiro atendimento. Vai ser importante para o curso Técnico de Enfermagem que pretendo fazer”, acredita. 

Fotos por: Ana Luíza Reis

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