Notícias do CETT/UFG
Por mais valor à educação profissional
Presidente da SBPC defende a modalidade educacional e diz que o Brasil tem muito a fazer neste campo
“A Educação Profissional e Tecnológica não pode ser entendida como a prima pobre, como alternativa para pobres terem menos crescimento do que os mais ricos que fazem faculdade”. A declaração é de Renato Janine Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor da USP e ex-ministro da Educação.
Defensor da ciência e da educação, Ribeiro completa a análise ao mencionar a relevância da educação profissional não somente para a competitividade de um país, mas para as interfaces do mercado de trabalho e para a vida de um cidadão. “A EPT deve ser uma opção respeitada, que dá para a pessoa uma habilitação e, inclusive, que permita ao Brasil enfrentar o desenvolvimento econômico, porque temos muita falta de profissionais adequados e, essa educação, pode formar pessoas.”
O propagado “apagão” de mão de obra já deixou de ser ameaça e tornou-se realidade. Empresas e pessoas sofrem com a realidade, e na ponta desta linha, o país amarga um presente, reservando para o amanhã um quadro de desenvolvimento contrário às tendências de nações desenvolvidas que valorizam a educação profissional e investem neste tipo de formação, ao incluir o ensino técnico no percurso formativo.
Dados agrupados pela ManPowerGroup (consultoria internacional de recursos humanos), com base em entrevistas em 40 países, mostram que a falta de mão de obra especializada no Brasil, no ano passado, aumentou, o que posiciona o país em 9º lugar entre as nações que mais enfrentam o problema. Na formação técnica de jovens que finalizam a educação básica, o Brasil está muito distante da média dos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que é de 42%.
Segundo Ribeiro, o Brasil já deu passos importantes para criar uma cultura de valorização da formação técnica profissional, mas ainda falta muito. Os aspectos positivos se referem à Lei 14.645/23, que abre as portas para a criação da Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, e à proposta do Novo Ensino Médio integrado ao Ensino Técnico como forma de melhorar o patamar da educação profissional no país e, assim, transformar a vida de milhares de jovens ao permitir que deixem a escola com uma formação adicional no currículo e com novas oportunidades no mercado de trabalho. “Países como Alemanha, Finlândia, Coreia do Sul e Japão abrem, há décadas, muito espaço para a educação profissional, dando aos jovens do ensino médio a chance de se profissionalizarem ainda cedo”.
O ensino profissionalizante:
- Eleva a escolaridade
- Impacta na geração de emprego, na produtividade
- Repercute no aumento da renda
- Garante direito à educação e ao trabalho
- Dá acesso ao primeiro emprego para o jovem
- Proporciona mais oportunidades de evolução na carreira para jovens
- Não elimina a possibilidade de acesso ao ensino superior numa etapa posterior