Formação de talentos em tecnologia

Formação de talentos em tecnologia

Para um resultado seguro e satisfatório diante das mudanças mercadológicas, a formação de recursos humanos para a área requer decisões e parcerias entre o setor educacional, empresas e sociedade 

Os rumos econômicos, a sociedade e o cenário das relações políticas mundiais apresentam mudanças constantes e trazem situações geradoras de desafios para as mais diversas áreas profissionais. No âmbito da tecnologia é preciso uma atenção ainda maior.  Nos últimos anos, a formação de talentos em tecnologia tem sido um dos principais assuntos no meio social e empresarial. O motivo primeiro de tamanha discussão está na ameaça de um apagão de profissionais qualificados na área, frente à elevada demanda calculada por recursos humanos, aptos a ocupar postos de trabalho e produzir soluções digitais.

A corrida entre educação, formação de talentos e tecnologia concentra-se, atualmente, no desafio de preparar profissionais para o hoje e para os próximos anos, dada a projeção de crescimento acelerado em oportunidades relacionadas à criação e uso de tecnologias.

A falta de talentos é preocupante e pode colocar em risco o desenvolvimento de um país e, isso, não é diferente para o Brasil. À medida que novos sistemas de máquinas autônomas e inteligentes interferem na natureza do trabalho, as pessoas vão precisar de novas habilidades alinhadas ao contexto. “A educação e o pensar na formação de talentos digitais se fazem imperiosos e inegáveis para o presente e futuro”, afirma o gerente de Projetos, do Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT-UFG), Marcos Dias.

Segundo dados da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), estima-se que 530 mil vagas de tecnologia no Brasil não serão preenchidas até 2025, fato que aprofunda os gargalos para o desenvolvimento econômico do país, e consequentemente, o desemprego ou uma exclusão digital em larga escala, considerando o desequilíbrio da balança em que pesa a geração de novas ocupações profissionais e a extinção de outras milhares.

Segundo Dias, se a formação de talentos não segue o ritmo dos avanços tecnológicos, das necessidades anunciadas, todos perdem. “A criação de soluções digitais não apenas dá respostas às mudanças, mas assegura ao ser humano novos mecanismos para trabalhar, acompanhar o trabalho, cuidar da saúde, da forma como se alimenta, compra, se relaciona, poupa e, tantas outras atividades inerentes à permanência e sobrevivência humana”, argumenta.

A base de todo avanço está na educação, “por isso se faz necessário agir rapidamente e repensar a maneira de formar talentos”, considera Marcos Dias, que também é professor acadêmico e mentor de grupos de robótica. 

O desatar desse nó envolve não somente o ecossistema educacional, mas também as empresas, uma vez que dependem de pessoas, e estas de capacitação, qualificação e formação adequada contínua fora do modelo convencional. “A força de trabalho precisa de requalificação”, reitera.

O webdesigner Marcos Antônio da Silva atua há 15 anos na área e, ao longo desse tempo, vivenciou muitas mudanças e experiências profissionais. “Programas novos, sistemas mais velozes, aplicativos que facilitam o trabalho são algumas das mudanças, que exigem um estudo continuado”, aponta.  

Estudante do ensino público, Silva reconhece a necessidade urgente de reavaliação e aprimoramento educacional, no sentido de formar profissionais digitais, especialmente na rede escolar gratuita.  “O ensino deve romper as barreiras da sala de aula, buscando a colaboração entre empresas e instituições educacionais. Isso seria fundamental para superar o desafio de formar profissionais. No contexto da rede pública de ensino, é crucial que as autoridades e educadores mudem a cultura e visão dos alunos para garantir que eles tenham acesso a uma formação adequada, alinhada às demandas tecnológicas emergentes”, avalia Marcos Silva.

O profissional enxerga um desalinho no discurso entre a realidade atual e o que se prevê para o futuro, em relação a mercado de trabalho e formação. “Muito se fala em tecnologia e seus avanços, da carência de profissionais e da necessidade de formar talentos, e, há pouco sobre Educação 5.0”, aponta Silva, afirmando que “estamos atrasados e perdidos nesta conjuntura, na qual muito se fala e pouco se faz”. 

Há tempos esse desafio bate às portas de todos, há muito se fala sobre ele, “então é preciso agir sem delongas e nos arriscar mais”, considera o gerente do CETT-UFG, Marcos Dias, ao indicar alguns pontos para a formação de talentos em tecnologia. São eles:

1. Qualificação adequada 
2. Ensino da matemática e Interpretação de textos para solucionar problemas 
3. Colaboração de empresas com a formação 
4. Investir em experiências inovadoras de aprendizagem com mentoria 
5. Formar grupos de aprendizagem participando de comunidades

A sociedade tem claro o pensamento de que a tecnologia pode contribuir com a solução de inúmeras situações e/ou problemas, no entanto não haverá inovações sem profissionais aptos a estudar, pesquisar e desenvolver essa tecnologia. Acelerar a formação de talentos e concretizar a formação dos mesmos em diversos níveis educacionais, é a forma de reduzir o déficit de talentos atual, com vistas para o amanhã. “Seria interessante a união e parceria entre escolas, empresas e sociedade para realmente formarmos profissionais para a tecnologia”, finaliza o profissional Marcos Antônio da Silva”.

 

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