Congresso de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) teve mais de 1,3 mil inscritos

Congresso de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) teve mais de 1,3 mil inscritos

Com paineis e personalidades relevantes dos circuitos regional e nacional, o evento foi pioneiro em Goiás e manteve ampla programação para as comunidades docente, estudantil e social 

Com o objetivo de discutir as realidades, tendências e questões relacionadas ao ensino técnico e profissionalizante, o CETT-UFG e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação reuniram, em Goiânia, de 08 a 10/11, na primeira edição do Congresso de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) do Estado de Goiás, mais de 1,3 mil inscrições e 110 trabalhos apresentados.

O 1º Congresso de EPT foi uma oportunidade para a troca de experiências e resultados e de aprofundamento sobre essa modalidade educacional transformadora de vidas e geradora de oportunidades de trabalho.

O evento teve início no dia 08/11, com o painel Políticas Públicas em Educação Profissional e Tecnológica com as presenças do secretário de estado José Frederico Lyra (Secti), Marcos Elias, do Conselho Estadual de Educação (CEEGO), e Maíra Galloti, pedagoga, doutoranda em Educação pela USP e consultora em educação em projeto vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG). De acordo com José Lyra, essa modalidade de ensino necessita ser popularizada. “Essa modalidade de ensino é um desafio grande e demanda uma política pública que ouça o mercado, dê assistência estudantil e faça uma ponte para o ensino superior”, defende o secretário José Frederico Lyra Netto.

Nas atividades do dia 09/11, três grandes painéis reuniram opiniões de personalidades renomadas. Mudanças nas diretrizes educacionais propostas pelo novo ensino médio, foram abordadas no painel Novo Ensino Médio e Educação Profissional e Tecnológica. De acordo com Mateus Simões, do departamento nacional do Senai, a EPT é equação para solucionar gargalos e demandas no mercado profissional e produtivo. “Precisamos de uma ampla e profunda mudança para a formação técnica no Brasil. A EPT é vida para o mercado de trabalho, não somente a formação universitária”, observa.  Dentro do contexto, Maria Medeiros, secretária executiva de Educação em Pernambuco alerta para o aspecto socioemocional dos estudantes. “Levanto a bandeira da EPT em tempo integral para o desenvolvimento pleno do estudante, para que ele aprenda não somente o exercício de uma profissão, mas desenvolva o socioemocional”.

O Brasil vive um momento importante para a EPT com a aprovação da Lei 14.645/23, que abre as portas para a criação da Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica. O assunto pautou o painel Desafios e Oportunidades da EPT no Brasil, reunindo representantes da Fundação Itaú, Secti, Senac e CETT-UFG. Os debatedores do painel comungam da opinião de que o momento é de integração, pois não há como fazer educação profissional sem conexões. Carla Chiamareli, da Fundação Itaú, ressalta que o mundo do trabalho está em transformação por inúmeros fatores e isso influencia na educação e na formação de novas competências.  “Cinco novas economias estão surgindo e ganhando espaço, então, temos que voltar os olhares para a educação profissional” argumenta citando as novas economias – a Digital, Verde, Criativa, Prateada e de Cuidados. Dentro da temática do painel, Mychelly Ferreira, da Secti/GO, acrescentou que o governo do estado oportuniza o acesso da juventude à educação profissionalizante, sobretudo, a mais carente, por meio de três secretarias, “a Seduc, a Secti e a SER”. 

“Todos os currículos devem propor que o aluno desenvolva competências e habilidades vocacionadas para o mercado”, salienta Gilson Rede, do Centro Paula Souza (SP).  A inclusão de atividades de extensão nos currículos dos cursos da educação profissionalizante há de considerar a indissociabilidade do ensino e da pesquisa. Nesse sentido, a Curricularização na Educação Profissional e Tecnológica integrou a programação de outro painel no congresso. Rolando Vallejos, do Senai considerou o tema relevante para o Brasil e para o futuro da educação. 

No decorrer do congresso foram tratados, entre outros temas, profissões do futuro, principais avanços tecnológicos e suas aplicações, tendências em inteligência artificial aplicada à educação, diversidade e inclusão no contexto da EPT, e empregabilidade.

Para tanto, no dia 10/11, o painel Vulnerabilidade Social e Inclusão na EPT deixou claro o pensamento de que a educação profissional e tecnológica tem tudo a ver com a questão. “Vivemos numa sociedade cada vez mais tecnológica, e isso é fundamental para educar e incluir as pessoas nesse meio, despertando a criatividade, desenvolvendo possibilidades para a emancipação das pessoas”, considera a psicóloga Marilucia Lago. Nesse cenário, a palestrante Edna Pires, da Faculdade de Educação/UFG, alerta para a necessidade de toda a sociedade se preparar para inclusão e exercício da igualdade e, mais que isso “pensar no desafio de colocar isso em prática”.  “Pensar no desenvolvimento de uma nação requer o pensar em equidade de oportunidades”, acrescenta ela.

O papel do professor também foi tema de análise dentro do congresso. O painel Formação de Formadores para Educação Profissional e Tecnológica suscitou opiniões acerca de metodologias e diálogos para alinhar as realidades de formação com o mundo atual e futuro. Nesse sentido, Lucília dos Anjos, do Centro Paula Souza (SP) defende que o professor de EPT tem que pensar no contexto do mercado e ser uma fonte de inspiração para desenvolver o estudante, integrando-o à carreira desejada. “Nossa sociedade é muito plural e a escola tem que se integrar a aderir às necessidades dos estudantes”, considera.  Na mesma linha de pensamento, Claudemir Bonatto, do Sesi/Senai Goiás lembra que o professor deve dialogar com as transformações do mundo e estar em constante e sistemática atualização acerca das mudanças.  “O professor é vital para a construção de uma sociedade em transformação, que migra para a realidade 5.0, um cenário totalmente digital, e é o professor que dá a base para esse mundo”.

Encerrando o ciclo de paineis, a temática Educação 5.0 propiciou um rico debate ao considerar o peso das mudanças vindouras, tanto para a formação de pessoas quanto para inseri-las no mundo do trabalho. “Tudo converge para uma atualização de possibilidades tecnológicas. Quando se fala em educação, se fala de evolução do ensino e no desafio de tomar decisões sobre a forma de fazer educação”, pontua o superintendente do Hub Goiás, Leonardo Guimarães.  Estudiosa do assunto, Carolina Castro, da Cesar School, esclarece que a Educação 5.0 soma conhecimentos da área tecnológica às habilidades comportamentais e socioemocionais. “Ela mantém o foco na tecnologia e no protagonismo do aluno, só que, agora, o intuito é trabalhar as habilidades socioemocionais, e a contribuição que o estudante pode dar para o meio social”, explica.

Na programação do congresso, palestras, mesas-redondas, hackaton, vagas de empregos, consultorias, cursos gratuitos e apresentação de trabalhos e artísticas atraíram a comunidade jovem e adulta. 

Para a diretora de Desenvolvimento e Avaliação do CETT-UFG, Aletheia Cruz, o congresso estimulou a socialização do conhecimento, compartilhamento de ideia e experiências conectadas com a educação profissional e tecnológica. “Essa modalidade educacional tornou-se a aposta para este século e para o futuro. Ela proporciona aos estudantes a aquisição de competências profissionais para inserção rápida no mundo do trabalho, aliando o ensino e a prática. Para o setor produtivo, o meio de preencher lacunas de mão de obra e carências de recursos humanos habilitados para novas e constantes demandas", finaliza.

Panorama do 1º Congresso de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) do Estado de Goiás 

Total de inscrições 

1.513 

Inscrições confirmadas 

1.375 

Credenciamento no local 

928 

Trabalhos científicos aprovados 

110 

Trabalhos científicos premiados 

06 

Apresentações orais de trabalhos 

24 

Atendimentos nos estandes parceiros 

530 

Participantes das oficinas das Escolas do Futuro 

250 

Número de pessoas circulando por dia 

500 

Atendimentos de Mentoria 

41 

Participantes do Hackathon 

80 

Premiados no Hackathon 

12 

Atendimentos no Mais Emprego 

14 

 

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