Uma política de educação profissionalizante trará diversos ganhos sociais
Por Aletheia Cruz
"A educação não é encher um balde, é acender um fogo”. A frase de Heródoto nos leva a refletir o quanto essa atividade é construtora e motivadora e pode iluminar o caminho do aprendizado contínuo e significativo ao ser humano. Ainda, estimular a busca permanente por conhecimento, desenvolvimento socioemocional e crescimento pessoal, formando cidadãos movidos pelo desejo de explorar, criar, transformar e inovar.
Podemos também dar mais vida à sentença de Heródoto, ao dizer que a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) configura-se em lança-chamas ao estimular e fomentar o estudante, retirando-o da zona de conforto. A modalidade educacional instiga a pesquisa, a ciência, o experimento e a invenção quando apresenta suporte positivo para uma nova forma de estudar, por meio das atividades propostas nas salas de aulas, laboratórios, espaços de inovação e disruptivos.
Na EPT, os estudantes são motivados e tornam-se capazes de planejar, iniciar e dar continuidade em tarefas apresentadas com objetivo não somente de aprender ou executar o que é apresentado, mas de propor algo novo, descobrir, alcançar metas, ter visão de futuro e planejar a carreira profissional. Todo esse processo educativo dá início a uma sequência de realizações a partir da juventude, e vai construindo um adulto detentor de uma experiência formal de aprendizagem para além de específica, mas ampla em diversos sentidos – o individual, o social, o comportamental, o profissional etc.
Nesse aspecto, o estudante é levado a se concentrar nas aulas e naquilo que tem maior interesse ou vocação, pois a educação técnica e profissionalizante dá abertura a novos conhecimentos geradores de ideias, disciplina, autogestão, resistência emocional para enfrentar adversidades com menos impactos, confiança nas habilidades pessoais e persistência em seus objetivos.
A promoção desta educação abrangente exige um ambiente estruturado ao contexto das constantes mudanças e evolução tecnológica, no qual a escola necessita estar apta diante das atuais demandas. Como frutos dessa educação transformadora de vidas, temos nas Escolas do Futuro e nos Colégios Tecnológicos de Goiás diversos exemplos de jovens e adultos exitosos com a educação ofertada por esta rede de ensino, que tem a EPT como bandeira.
Nestas unidades o modelo da educação profissionalizante está centrado no indivíduo e no seu presente e futuro. Engajados no aprendizado, milhares deles prosseguem seus estudos, chegam ao mercado de trabalho, conquistam prêmios em campeonatos, torneios, olimpíadas, empreendem e fazem renda.
O Brasil está desde longa data e a passos lentos, trabalhando por uma educação de excelência em todas as vertentes, mas ainda há muito por fazer, de modo a garantir acesso e qualidade para todos. A Política Nacional da EPT está nascendo. Esperamos por ela como parte de um regime, com diretrizes claras e bem fundamentadas, para que possamos ter, em última análise, mais que uma motivação, mas o despertar da curiosidade e entusiasmo pessoal e coletivo por esta educação. Afinal, aqui reside uma importante motivação para aprender. Uma política para este despertar deve apresentar recursos e apoio.
Aletheia Cruz, diretora de Avaliação e Desenvolvimento do CETT-UFG