Por que falar sobre Parques Tecnológicos?

Por João Teodoro Pádua*

Parque Tecnológico constitui-se em um ambiente propício a promover a inovação tecnológica por meio do desenvolvimento e criação de empresas e novos negócios. Existem diferentes tipos de parques tecnológicos. O Científico, é aquele que utiliza o conhecimento produzido nas Universidades e Instituições de Pesquisa, tendo como resultado a geração de inovação tecnológica, o que vai proporcionar às empresas ali instaladas maior competitividade em seus produtos, processos ou serviços, o que resulta na ampliação e criação de novos postos de trabalho e no desenvolvimento regional.

A especificidade destes espaços não os distancia da sociedade, que é a principal demandante e destinatária de produtos, processos e serviços prestados pelo setor empresarial. Com isto, a Instituição de Pesquisa realiza uma função social relevante, que é dar vazão e disponibilizar à população produtos de qualidade.  

Ao reunir empresas, projetos e novas ideias, os parques tecnológicos criam sinergia promotora de negócios, o que explica sua expansão e o aumento de oportunidades entre as universidades e o mercado. Outro ponto característico desse complexo planejado, que visa buscar soluções para o desenvolvimento do mercado, é a utilização de mão de obra qualificada, o que repercute em salários com valores acima de mercado. A transferência de tecnologia envolve pessoas.  

De acordo com matéria publicada no Valor Econômico em 30/10/23, o número de empresas residentes em parques tecnológicos no país aumentou 325% entre 2013 e 2021, incluindo startups e empresas tradicionais. No estudo Parques Tecnológicos no Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em 2021 foram identificadas e cadastradas no MCTI-InovaData-Br (área de acesso restrito) 93 iniciativas de parques tecnológicos no país, sendo 58 em operação, 13 em fase de implantação e 22 em fase de projetos. Ainda recentes no país, esses empreendimentos têm, em média, menos de 20 anos de funcionamento, mas são capazes de gerar um faturamento da ordem de R$ 5,49 bilhões, cerca de R$ 212 milhões em recolhimento de impostos e mais de 42 mil empregos.

A mobilidade dos parques tecnológicos é subsequente ao movimento das incubadoras. As empresas graduadas, sentindo a necessidade de continuar vinculadas ao sistema de produção científica, viram nos parques a oportunidade de desenvolver projetos inovadores, utilizando o conhecimento produzido nas instituições de pesquisa e os recursos humanos ali formados, como mestres e doutores. Assim, as empresas se mantêm em constante evolução, utilizando ecossistemas como fontes de mudanças no ambiente de negócios, fazendo com que tendências se consolidem como ‘motores’ do desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social. 

Apoiar esses centros é favorecer a existência de verdadeiros celeiros de estudo, pesquisa e inovação, promovendo ao mesmo tempo a união de diferentes atores, públicos e privados. Como resultado, ocorrerá uma troca de experiências, melhorando indicadores, proporcionando maior competitividade às empresas.  

De acordo com a publicação Goiás Mapeamento do Ecossistema Goiano de Inovação (2022), no mesmo ano Goiás contava com três parques tecnológicos, sendo um credenciado (Parque Tecnológico Samambaia/UFG) e dois credenciados provisoriamente (Parque Científico-Tecnológico do IF Goiano/Rio Verde e Jataítec Parque Científico e Tecnológico Jataí UFJ/Jataí).

É importante compreender o papel e a importância dos parques tecnológicos e, consequentemente, de todas as melhorias que promovem.

*João Teodoro Pádua é coordenador técnico do Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT-UFG)

 

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