Estratégias de avaliação no processo de ensino e aprendizagem na EPT

A avaliação é parte de um mecanismo que vem se consolidando na Educação Profissional Tecnológica. Todavia, a perspectiva desse olhar para a avaliação deve ser repensada, já que o primeiro passo é compreender que a avaliação é um processo diagnóstico, cujos resultados são monitorados, já que todo o ciclo é estabelecido em atos contínuos e reflexivos. 

Neste processo, a Avaliação Diagnóstica Inicial é o olhar primeiro para o desconhecido, isto quer dizer que, apesar de construirmos o nosso plano de ação pedagógica antes do início das aulas, é necessário conhecer os estudantes e o potencial de aprendizagem de cada sujeito aprendente. A partir desta perspectiva, a Avaliação Formativa torna-se presente e potente, já que contempla a formação do estudante em pequenos espaços de tempo, ao avaliar a aprendizagem, conforme as metas e objetivos instituídos no planejamento.  Caso o estudante não tenha alcançado os objetivos da aprendizagem, é necessário que as aulas sejam replanejadas, de modo a consolidar as habilidades necessárias para a formação do cursista da EPT. É muito importante relembrar, que o ensino que contempla as aprendizagens dos estudantes deve ser pensado para a diversidade, com os preceitos da equidade, ou seja, cuidando para que todo o processo inclua as pessoas em sua diversidade, cujas barreiras dificultam as suas aprendizagens.

Nesta jornada de planejamento, algumas perguntas são necessárias:

a) Quais são os critérios coerentes para cada habilidade/competência avaliado, contemplando a diversidade? 
b) Como recuperar as aprendizagens de cada estudante, a fim de que ele se torne apto no final do curso? 
c) Há estudantes abandonando o curso? Como pensar estratégias para evitar que esta situação se torne frequente?  
d) Com base nos resultados dos testes aplicados, é possível identificar quais habilidades já se encontram consolidadas e quais habilidades apresentam maiores dificuldades de aprendizagem, em um dado momento deste processo. 

Essa investigação deve iniciar na avaliação diagnóstica inicial. Os critérios de avaliação devem priorizar os aspectos qualitativos em relação aos quantitativos, haja vista que, na Educação Profissional Tecnológica, os estudantes podem ser cursistas que já desempenham atividades remuneradas, mas com a urgência de aprimoramento das técnicas, ou de estudantes que nunca tiveram contato com a profissão, mas que tenham interesse em formar na área escolhida ao matricular-se. 

É necessário ressaltar que a análise dos dados não tem por objetivo classificar os estudantes ou selecioná-los como bons ou ruins, mas sim de orientar ações em prol do seu desenvolvimento. Outro ponto fundamental é que a avaliação, além de avaliar o estudante, avalia a prática docente, haja vista que acompanhar as mudanças do planejamento é parte do trabalho do professor. Cada turma e/ou cada estudante é uma nova possibilidade de olhar para o planejamento. Portanto, o planejamento inicial é apenas um orientador de como iniciar um planejamento, já que sofrerá mudanças.

As reflexões acerca do currículo e dos critérios de avaliação são necessárias para cada professor repensar as ações pedagógicas. O currículo é o ponto de partida e de chegada. As avaliações, cada vez mais, trazem informações necessárias para que eu compreenda a realidade educacional e suas condições de possibilidade.

Por último, a Avaliação Somativa é o resultado da aprendizagem das habilidades/competências aprendidos pelos estudantes, quebrando o mito de uma avaliação que contempla apenas a soma de notas. Sabe-se que as notas auxiliam a visualizar os resultados. Entretanto, professores que avaliam em processo, compreendem, com maior clareza, como foi o percurso de cada estudante, conforme os contextos, e se este está apto ou inapto no final do curso.

A partir dos resultados de sua análise, junto ao seu coordenador pedagógico do curso e outros responsáveis, é fundamental que o professor repense as ações de modo a aprimorar o desempenho dos estudantes, isto é, que haja a recuperação das aprendizagens necessárias para o desenvolvimento das habilidades de cada curso, conforme o eixo tecnológico e/ou profissional. É sabido que as ações improvisadas trazem resultados satisfatórios e/ou insatisfatórios, todavia, desconexos, e sem dados claros do que eu desejo alcançar. Por isso, o currículo é o ponto de partida e rever o planejamento a partir da avaliação tem direcionado professores a alcançarem as metas estipuladas. 

Em suma, ao registrar os principais pontos de atenção, que foram levantados em relação aos resultados das avaliações ao longo do processo é fundamental que haja estratégias e/ou ações que subsidiarão a aprendizagem, conforme a diversidade do público-alvo, com a essência equitativa das aprendizagens e com a abertura para uma educação que seja inclusiva.

Sandra Lopes, doutora em Linguística e palestrante 

 

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